Conto: Mar de azar
- Margarete Bretone
- 29 de out. de 2020
- 1 min de leitura
Atualizado: 27 de mai. de 2021
Ela estava sentada sob a sombra de uma árvore com poucas folhas e, apesar de saber que não seria de grande ajuda, era melhor que ficar diretamente exposta ao sol escaldante.
Tinha feito tudo errado. Atrasada, pegou as primeiras coisas que viu pela frente, só que eram as menos importantes.
Esqueceu o biquíni e também que não seria nem capaz de entrar naquele mar de àgua, mesmo sendo represada entre quatro paredes.
Ela era pedra pura e, por isso, preferia fingir uma atitude, a de querer um bronze.
Voltou ao carro, o dia estava todo errado, mas ao menos poderia fingir estar procurando algo e em seguida disfarçar e sair de forma sorrateira.
Não conseguiu fazer muito, o carro deu sinal de vida para, em seguida, bater as botas, literalmente, e nada fez aquele motor voltar a funcionar.
Com um suspiro, saiu do carro e fez um gesto, feio, irritado e totalmente mal educado e a chave saiu voando. Ela viu o arco, o voo, no entanto, não foi capaz de encontra-la e entre xingamentos, irritação e desânimo foi obrigada a agachar no meio do mato torcendo para não tocar em algum bicho. Mas, do jeito que o azar resolveu acompanha-la naquele dia, era bem provável que algo nada bom sairía dali.
Desejou, de forma insana, ter realmente “perdido a hora”.

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